Workshop: O Afeto na Era de Sua Reprodutibilidade Digital
Thiago Hersan
25 e 26 de Junho, 2016 13h - 16h Incubadora de Artistas
Por bem ou por mal a internet e seus dispositivos tem mudado a forma que fazemos… tudo. Educação, comunicação, consumo, entretenimento… é difícil imaginar um aspecto de nossas vidas que não tenha sido influenciado por essa conectividade.
Esse workshop propõe explorar os efeitos da internet no imaginário coletivo. Depois de uma breve apresentação sobre o funcionamento da internet e a lógica por trás de algumas redes sociais, discutiremos como essa tecnologia tem influenciado nosso comportamento.
E, por fim, usaremos materiais analógicos para criar uma rede de (inter)ação baseada nos ritmos e desejos mantidos pelas nossas atuais formas de comunicação.
1+1=3
Juliana França
Residência artística que convida a pensar as relações entre corpo e tecnologia, provocando a invenção de extensões corporais a partir de materiais simples. A teoria dos sistemas apoia a investigação na medida em que se configura como um agregado de coisas que se relaciona, gerando uma coisa nova. Corpo e acoplamento são experimentados no sentido de gerar co-dependencia entre as partes, resultando em um novo organismo. O exercício de re-conhecer o humano, inventando corpos, amplia a percepção sobre as transformações que o corpo vem experimentando diante das transformações dos meios e pode abrir, a partir da experiência, uma reflexão crítica sobre o assunto.
Esse encontro criativo produzirá a exposição dos acoplamentos gerados, dispostos e organizados de maneira a serem experimentados pelo público. A exposição é na verdade um convite à soma, à emergência de novos organismos que se desenham quando o espectador funde seu corpo à obra, fechando o circuito.
Nesta segunda edição do Festival de Arte e Tecnologia de Atibaia, promovido pela Incubadora de Artistas, encontramos artistas-inventores-programadores que, além de questionarem o funcionamento e abrangências dos dispositivos tecnológicos nas ações e no imaginário contemporâneo, nos permitem habitar um espaço potencialmente sensibilizado pela intervenção artística, subvertendo, deslocando e poetizando o uso dessas ferramentas no nosso cotidiano.
Os trabalhos reunidos neste festival foram surgindo a partir de questionamentos sobre as ferramentas tecnológicas e seus limites, que envolvem não só os processos poéticos dos artistas, mas também a forma como podem convocar o público para dentro dessa atmosfera efêmera, fluida e híbrida de criação.
O percurso proposto pela curadoria de Josy Panão e Paloma Oliveira é um convite para uma imersão afetiva no mundo da tecnologia, uma reflexão sobre como essas invenções têm modificado nossa forma de atuar, de nos comunicar, de sentir o outro e a nós mesmos.
Realização: Incubadora de Artistas Curadoria: Paloma Oliveira e Josy Panão Artistas: Juliana França, Mateus Knelsen, OHMS (Dado Sutter, Mariana Salles, Antonio Lutfi), Thiago Hersan Produção: Cybelle Oliveira Comunicação: Paula Spacek
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Também disponibilizamos um catálogo vivo, onde serão, ao longo da realização do festival, inseridos textos, relatos, registros, etc, sobre os trabalhos, os artistas e a exposição. O catálogo fica, desde já, disponível para download, mas, como todo organismo vivo, está em constante transformação e a versão, entre um e outro download, certamente variará bastante. Clique aqui para baixar/visualizar a edição atual do catálogo.
Produtora Cultural com foco em gestão de projetos em arte e tecnologia. Sua área de atuação compreende uma perspectiva interdisciplinar para desenvolvimento de pensamento crítico e promoção de ações propositoras para repensar o mundo em que vivemos. Formada em História pela USP e pós-graduada em Gestão Cultural pelo Senac.
Entre outros trabalhos, destacam-se a de assistente de produção na Convenção Internacional de PureData, a PdCon (2009), coordenação dos cursos de tecnologia criativa e performance e da residência artística do Instituto Volusiano de Artes (2013-2015), também desenvolveu e foi produtora executiva do projeto Volusiano na Praça (2015) ganhador do edital Redes e Ruas de cidadania, inclusão e cultura digital.
Espectros
Mateus Knelsen
O projeto Espectros é composto por 3 instalações:
Sem título Essa instalação consiste em uma projeção numa parede que exibe vídeos de arquivo, eventualmente sobrepostos com imagens de ‘vultos’ das pessoas circulando pela mostra.
Cronoscopia Nessa instalação, o visitante é convidado a sentar-se diante de um aparato que coloca diante dele dois espelhos planos, perpendiculares entre eles, e na altura dos olhos. Atrás do visitante estão dois monitores. Um deles exibe vídeos de paisagens e espaços, oriundos de arquivo de família. O outro exibe um vídeo com gravações do próprio lugar da exposição (possivelmente oriunda de uma câmera apontada para a janela da sala).
Quando sentado e se devidamente posicionado diante dos espelhos, o visitante vê neles o reflexo dos vídeos dos monitores que se encontram atrás dele. No seu campo de visão, o que o visitante vê é uma imagem que é um ‘intervalo’, um ‘entre-estados’ de imagem entre os vídeos exibidos nos monitores. Se o visitante move as mãos, graças a um Leap Motion instalado na base do suporte dos espelhos, o movimento das mãos altera o tempo dos vídeos (o visitante literalmente ‘manipula’ a linha do tempo dos vídeos).
Sem título Quando o visitante se aproxima a um dos 4 lados de uma pirâmide de acrílico, são projetadas imagens numa tela, no lado onde o visitante se encontra. Como a superfície da pirâmide é transparente e está inclinada a 45 graus em relação a tela de projeção, o que o visitante observa é uma imagem que se encontra ‘no centro’ da pirâmide, mas com um certo aspecto ‘fantasmagórico’ ou ‘holográfico’.
Tais imagens são pequenos recortes de memórias do artista, em conjunto à outras imagens que provém da internet, a maioria delas tem relação com a casa na qual o artista passou a sua infância. Esses pequenos recortes ‘fantasmagóricos’ estão posicionados de maneira a sugerirem relações com os pequenos objetos presentes no interior da pirâmide. Conforme o visitante caminha ao redor da pirâmide, outras situações são ‘encenadas’ nos lados pelos quais ele/ela passa.
Josy Panão
Josy Panão é mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP, 2014), com estudo sobre processos de criação em arte. Em 2015, foi selecionada, pelo Goethe Institut de Bogotá, Siemens Stiftung, e Mapa Teatro-Laboratorio de Artistas, como bolsista para participar do IV Experimenta/Sur - Encuentro Internacional de Artes Vivas - Dramaturgias Expandidas; e fez parte da equipe curatorial do pavilhão do México, na Bienal de Veneza. Em 2014, ganhou o 1º. Prêmio de Residência para Curadores do Paço das Artes. Em 2011, foi assistente curatorial da exposição Lucas Bambozzi - o espaço entre nós e os outros, Laboratório Arte Alameda, México DF. Neste mesmo ano, retornou àquele país para participar da residência de curadoria para acompanhar o processo de montagem da exposição Machina Medium Apparatus. Em 2005, fez o apoio à curadoria na exposição Vorazes, Grotescos e Malvados, no Paço das Artes, São Paulo.
Juliana França
Juliana França é graduada em dança pela UNICAMP, especialista pela UFBA (universidade Federal da Bahia) em Estudos Contemporâneos em Dança. Tem desenvolvido o conceito de Sistemas Coreográficos, mais intensamente no projeto DARK ROOM e de forma indireta em seu projeto atual ■, realizado em Co-produção com SESC SP e em colaboração com Alejandro Ahmed. Em DARK ROOM estabelece interlocução com um grande número de artistas, onde se intensifica uma parceria com o coletivo paulistano COMO_Clube e os artistas Ana Dupas e Caio Cesar de Andrade.
Tem realizado pesquisas que relacionam dança e arquitetura, tendo como maior interlocutora a artista Dani Spadotto. É diretora e curadora do Festival de dança contemporânea CAUSA ao lado de Leticia Nabuco.
Tem organizado e orientado residências coletivas e laboratórios de criação, sendo eles: DIREÇÃO (Festival CAUSA 2014); Residência artística Operação 2012; Dark RoomLab 1 Brinquedos sensoriais; Dark RoomLab 2 Sistemas Coreográficos; Dark Room – Laboratório de investigação.
Desenvolve desde 2011 projetos de crítica artística e mediação com o público sendo eles: OFÍCIO (Teresina/Pi e Juiz de Fora/MG) e TÁ CRÍTICO (Juiz de Fora/MG e São Paulo/SP). Trabalhou durante os anos de 2011 e 2010 em Teresina-PI, no coletivo Núcleo do Dirceu, participando como artista no projeto 1000casas e atuando como propositora do projeto ORDINARIO.
Mateus Knelsen
Mateus Knelsen atua como artista, programador e pesquisador sobre poéticas a partir dos meios de comunicação. É formado em Design Digital pela Universidade Anhembi Morumbi, e atualmente é mestrando em Poéticas Interdisciplinares pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atua também como educador e realizador de oficinas sobre tecnologias da imagem, programação e seus usos criativos.
Dado Sutter: Criador do OHMS (Our Home MakerSpace) e desenvolvedor de software e hardware embedded, atuou como pesquisador pela PUC-Rio e é autor do framework de desenvolvimento eLua (Embedded Lua), atualmente em uso pela NASA. Sua empresa atua no mercado há 35 anos em inúmeras atividades envolvendo automação industrial, controle predial, helicópteros de rádio controle, impressão 3D, drones, prototipação rápida, meta-marcenaria, ultra-leves, parapentes etc. Foi o primeiro brasileiro a fabricar um computador pessoal caseiro, ainda em 1979, anos antes do primeiro IBM PC ser lançado.
Mariana Salles: Apaixonada pela interação inconsciente entre pessoas e produtos e acredita que lixo não deveria existir: fundou a Vrum Vrum, onde mouses se tornam carrinhos e as embalagens são suas garagens. Atualmente trabalha no OHMS desenvolvendo protótipos inteligentes, produtos inovadores e espalhando a educação para o fazer.
Antonio Lutfi: Há 12 anos apaixonado por programação e há 3 anos por visão computacional e processamento de imagem, mestre em informática pela PUC-Rio, foi o idealizador da Parede invisível.
Atuações plurifacetadas em torno do campo da arte incluem ações de educação, desenvolvimento multimídia, pesquisa e criação de ações de empoderamento social. Atuando na área cultural como idealizadora e gestora de projetos, produtora e artista. Mestra em Artes Visuais pela USP, MedHacker-Unifesp (ações e hackeamento da medicina), com pesquisa focada no dialogo entre corpo (fisico e social) e as tecnologias sob uma perspectiva indisciplinar. Movida por paixões e curiosidades, colaborando para o que acredita ser uma necessária discussão acerca da subversividade por intermédio da prática do hacking e do compartilhamento de conhecimento.
A Parede Invisível da a ilusão de ver através da sua silhueta a sala do outro lado da parede. Como se a pessoa fosse a janela da sala para a outra sala.
Thiago Hersan
Thiago Hersan fez graduação e mestrado em Engenharia Elétrica e da Computação na Carnegie Mellon University em Pittsburgh. Já trabalhou pesquisando tecnologias de fabricação de semicondutores e circuitos Integrados, mas hoje trabalha com educação, arte, cultura digital, e outras coisas.
É integrante do coletivo Astrovandalistas, um grupo que explora o uso de tecnologia, arte, ativismo e design para ampliar as possibilidades de comunicação afetiva, e criar experiências públicas compartilhadas.
XOXOXOLOLOLOL é um projeto de projetos. Um espaço instalativo que explora as traduções e movimentos do afeto entre ambientes analógicos e digitais.
Dentro desse espaço expositivo, um computador mostrará registros de projetos que questionam o limite da padronização, classificação e automatização de nossas interações digitais. São projetos que se apropriam das interfaces de aplicativos e redes sociais para ressignificar e personalizar essas formas de comunicação.
Pensando nas inquietações e ansiedades geradas por essa massificação e comercialização dos nossos meios de comunicação, o projeto também propõe a criação de redes sociais analógicas a partir de objetos físicos que possam ser recriados e distribuídos em grande escala.
Partindo do desejo de querer estar em vários lugares ao mesmo tempo, criei vários carimbos no formato do meu beijo, que depois foram enviados à diversas cidades do mundo, para amigos e amigas imigrantes, que moram longe de seu país natal. Uma brasileira em Berlin, uma argentina em Haia, um colombiano em Londres …
Serão exibidos vídeos, fotos e objetos criados a partir dessa rede social analógica globalizada e do uso do carimbo beijo como material de criação ou inspiração. Também serão exibidos os resultados do workshop de criação de redes e carimbos, realizado em Atibaia.
O projeto não seria possível sem a participação de pessoas muito especiais que ajudaram a expandir a rede criando carimbos, e propondo ações e intervenções:
Amanda Andreucci Ana Paula Pizini Belén Moro Gersey Pinheiro Jason Menezes Júlia Holzhauser Natalia Cersosimo Ricardo de Paula Vitor Carvalho
Amanda de Souza Anne Katherin Reis Cybelle Oliveira Graziele Lautenschlaeger Josy Panão Lizzy De Vita Paula Spacek Rita Moura